domingo, 31 de maio de 2015

Lobsang Rampa



Terça Lobsang Rampa foi um abade tibetano, encarnação viva de um alto-lama e médico clarividente. E além de ser médico da ciência convencional ocidental e piloto da aviação durante os anos 1930 na China.

Sua data de nascimento exata não pode ser determinada com exatidão nem seu verdadeiro nome tibetano devido a que esses dados foram ocultados para que os comunistas não pudessem encontrar suas amizades e atentar contra a vida delas.

Seus pais eram membros do governo tibetano e estavam em íntima relação com o 13º dalai-lama, e por essa condição de classe alta seu treinamento desde criança foi muito duro.

Emigrou por vários países onde seu corpo sofreu muito, e por isso teve de transmigrar sua Alma para o corpo de um homem inglês, que era aficionado por temas sobre ocultismo em geral e especificamente o Tibete.

Esse inglês de classe média voluntariamente aceitou o acordo de ceder seu corpo em troca de certos benefícios para sua Alma no astral com o amigo e mestre de Lobsang, o lama Mingiar Dondup.
Foto do alto-governo tibetano, tendo ao centro o 13º dalai-lama, e na ponta do canto direito, o Dr. Lobsang Rampa, antes de trocar de corpo com o inglês Cyril Hoskin


Em sua nova vida ocidental, Lobsang Rampa não pôde encontrar forma de ganhar a vida nem lograr seu principal objetivo de prover o mundo de um aparato com o qual qualquer médico pudesse ter uma visão do corpo humano semelhante à clarividência que ele possuía, e assim poder realizar um melhor diagnóstico da saúde do corpo humano.

Apesar disso, Rampa deixou os princípios e o interesse de muitos investigadores para impulsionar a criação de aparatos modernos que hoje em dia se acercam cada vez mais para poder perceber todos os níveis de energia que o olho humano comum e corrente não pode perceber no limite dos 400 a 700 nanômetros de longitude de onda.

Como Escritor
 

Como forma de ganhar a vida, Lobsang Rampa foi animado por um editor a escrever livros sobre sua vida e sua sabedoria, e isso lhe pareceu inicialmente uma ideia estranha, não lhe interessando muito no começo, porém depois de escrever os primeiros livros o interesse mundial foi considerável e levou muita alegria a milhares de pessoas.

Cyril Henry Hoskin, o inglês que "doou" seu corpo físico a um Alto-Iniciado tibetano para que este cumprisse sua Grande Obra aqui no Ocidente

A tal ponto que outros mestres tibetanos do mundo astral o animavam a seguir escrevendo outros livros, trabalho que muitas vezes teve de fazer estando acamado.

Os ensinamentos de Lobsang Rampa se assemelham muito às de diversos outros mestres, oferecendo algumas explicações mais específicas em temas de interesse, tais como a saída astral, a morte e a reencarnação, o passado do planeta, o bem e o mal, óvnis, telepatia humana e com animais, e especialmente sobre o Tibete.

Não há nenhum tema em que Lobsang se contradiga com outros autênticos Mestres de sabedoria, pois para o estudante experimentado nos Mistérios Esotéricos, a linguagem dos Mestres da Loja Branca difere entre si, porém, em essência sempre será a mesma, só vai variar dependendo da época em que esses ensinamentos são dados e do interesse das pessoas em se aprofundar neles.

Esses ensinamentos são sempre focados no verdadeiro crescimento da humanidade em todos os aspectos, até se chegar ao cume do Raio do Super-Homem.

Conselhos Sobre os Livros de Rampa

Os três primeiros livros de Lobsang Rampa que devem ser lidos são O Terceiro Olho, O Médico de Lhasa e O Cordão de Prata. Pois nesses, o autor narra a sequência de sua vida, e a partir daí é mais fácil compreender o restante de suas obras sem existir nenhuma ordem específica que se possa recomendar para todas as pessoas.

Isso se deve a que cada cabeça é um mundo diferente, e graças a Deus não somos formigas desprovidas de individualidade, senão ao contrário, que os Mestres da Luz nos convidam a encontrar nossa Individualidade Sagrada, nosso Real Ser Divino.

Como esoteristas e Buscadores da Verdade, devemos ler os livros de Lobsang Rampa ao mesmo tempo que os de outros mestres, tais como Samael Aun Weor, Jorge Adoum, Eliphas Levi, Gurdjieff, Sivananda e muitos outros Filhos da Luz, pois todos estes se complementam maravilhosamente em suas exposições.

Todos esses autores nos convidam constantemente a uma vivência prática do desenvolvimento das faculdades internas e ao mesmo tempo dão as dicas de como desenvolvê-las corretamente, os cuidados e a responsabilidade que cada pessoa terá sobre ditas faculdades, pois o abuso das mesmas pode conduzir o ser humano a equívocos lamentáveis.


A ÚLTIMA OBRA DE LOBSANG RAMPA
(clique na capa e saiba mais):

http://www.esotera.com.br/loja/livros/tibet/minha-visita-a-venus-lobsang-rampa

domingo, 24 de maio de 2015

Abade Tritemo

Para entendermos os principais fundamentos da Grande Obra Alquímica difundida massivamente na Europa Medieval, e suas influências sobre inúmeros magos e cabalistas, como Blavatsky, Eliphas Levi e Samael Aun Weor, é mister estudar um pouco sobre a vida e obra do grande Abade Tritemo.

O abade Johannes von Heidenberg, chamado Abade Tritemo, nasceu no dia 2 de fevereiro de 1462 em Tritthenheim.



Estudou em Tréveris e ingressou na célebre Universidad de Heidelberg.



Fundou uma sociedade secreta para estudar astrologia, magia dos números, as línguas e a matemática. A sociedade adotaria o nome secreto de SODALITIS CELTICA” (Confraria Céltica).
 
Em 2 de fevereiro de 1482, dia do seu 20º aniversário, entrou no tema da religião, com os beneditinos do monastério de São Martinho de Sponheim. No mês seguinte professou-se como noviço e um ano depois foi eleito abade do monastério de Sponheim.



Chegou a se interessar pela ALQUIMIA e a MAGIA. Tritemo reuniu no monastério de São Martinho a biblioteca mais rica da Alemanha, composta essencialmente de manuscritos.



Enquanto realizava sua obra de erudito e de historiador, continuava com suas investigações. A linguística, as matemáticas, a cabala e a parapsicologia se mesclavam profundamente em seus trabalhos.



A obra em oito volumes que reunia o resultado de seus estudos e que continua, por consequência, os segredos de seu poder incrível, se intitulava ESTEGANOGRAFIA. O manuscrito original, que continha a chave de poderes extraordinários, foi destruído por ordem do conde Palatino Felipe II.



O próprio abade fala em uma carta de dita obra nos seguintes termos:



“O primeiro livro contém mais de cem formas de escrever tudo o que se queira, e isso em qualquer língua conhecida, sem que se possa suspeitar sobre o conteúdo, sem metáteses ou transposição de letras, e sem nenhum temor de que o segredo possa ser conhecido por ninguém mais do que aquele ao que cabalisticamente eu tivesse ensinado esta ciência o aquele ao que meu binário a tivesse transmitido cabalisticamente do mesmo modo”.



Continua Tritemo falando de sua obra:



“No segundo livro falarei de certos meios graças aos quais posso, de maneira segura, impor minha vontade a qualquer um que capte o sentido de minha ciência, por distante que esteja, inclusive a mais de 100 léguas de mim, e isso sem que possa suspeitar que empreguei, signos, figuras ou caracteres quaisquer; e se me sirvo de um mensageiro e este for capturado, nem sequer a violência poderá obrigá-lo a revelar meu segredo, pois não terá conhecimento algum dele...



O terceiro livro permite a todo homem ignorante que não conheça mais do que sua língua, em duas horas entender a língua latina e escrever de uma forma elegante...



Todas essas coisas são naturais, sem arte mágica, ou seja, sem a invocação de espíritos...”



Outras de suas obras, A Poligrafia, trata exclusivamente das escrituras secretas.



Em 1515, publicou uma teoria cíclica da história da humanidade que nos recorda a tradição hindu. O livro se intitula: “Das sete causas segundas, ou seja, das inteligências, ou espíritos do mundo depois de Deus, ou cronologia mística, encerrando maravilhosos segredos dignos de interesse”.



Tritemo predisse em seu livro, fixando a data exata, 1917, a Declaração Balfour, relativa à criação de um Estado Judeu em Israel, e que essa predição se realizou 400 anos antes que se produzisse tal acontecimento.


A partir do descobrimento de sua obra, Tritemo começa a ser acusado de “pacto com o diablo”, o que conduz a que o privem de sua abadia, morrendo exilado em 1516 no monastério de São Jaime de Wurzburg.



Com respeito ao Abade Tritemo, o VM Samael Aun Weor nos diz em sua obra:



Conta a lenda dos séculos que Tritemo, o Mago Abade, era um sábio, que em 1483 governara o famoso monastério de Sponheim, conhecia a fundo a esotérica ciência dos Elementos.



Diz-se que invocou o espectro de Maria de Borgonha ante o imperador Maximiliano, que lhe havia suplicado, e é claro que a augusta sombra aconselhou ao imperador um novo modo de conduzir-se e lhe revelou certos fatos, ordenando-lhe que se casasse com Branca Sforza.



O abade Tritemo se considerava discípulo de Alberto Magno; jamais negou que o mais santo dos santos praticara a magia.



Alberto Magno, como Santo Tomás, afirmou a realidade da Alquimia. Seu tratado sobre tal matéria estava sempre sobre a mesa do abade.



Tritemo contava que quando Guilherme II, conde da Holanda, ceou com o ínclito e preclaro sábio Alberto Magno, em Colônia, este fez pôr uma mesa no jardim do monastério, mesmo sendo inverno e nevando.



Prontamente tomando os convivas seus assentos, como por encanto a neve desapareceu e o jardim se cobriu de variadas flores. As aves de distintas cores voavam deliciosamente entre as árvores, como nos melhores dias de verão.



O monges alunos do misterioso Abade anelavam poder realizar semelhantes prodígios, e Tritemo se apressava a dizer que o mestre conseguia essas maravilhas mediante a Magia Elemental, e que nisso não havia nada demoníaco nem, em consequência, perverso, condenável, execrável.



É ostensível que FAUSTO, PARACELSO e AGRIPA, os três magos mais distintos da Idade Média, foram discípulos do Abade Tritemo.



“Recitem-me os quatro elementos da Natureza”, ordenava o abade a seus monges em plena aula”.



“A terra, a água, o ar e o fogo.”



“Se, continuava o Mestre, a terra e a água, os mais pesados, se veem atraídos para baixo, o ar e o fogo, mais ligeiros, para o alto... Platão tinha razão ao fundir o fogo no ar, que se converte em chuva, que se converte em rocio, logo em água que se converte em terra ao solidificar-se...”



Vejamos sobre os três discípulos de Tritemo:



"PARACELSO, segundo própria manifestação, havia lido as obras manuscritas do Abate Tritemo, que figuravam na valiosa biblioteca de seu pai, e tanto lhe seduziram que decidiu trasladar-se a Wurzburg, lugar onde permanecia o sábio abade em comunhão com seus discípulos.



Tritemo, ou Tritemius, se chamava assim em virtude do lugar de seu nascimento: Treitenheim, perto de Tréves. Em Isog foi trasladado ao convento de São Jaime, perto de Würzburg, onde morreu em dezembro de 1516.



Afirmava que as forças secretas da Natureza estavam confiadas a seres espirituais.



Abundavam seus discípulos e, aos que estimava dignos, lhes admitia em seu laboratório, onde se manipulava toda clase de experimentos alquímicos e mágicos.



Paracelso empreendeu sua grande viagem a Würzburg. Quando se instalou em dita cidade, o Abade Tritemo era considerado pelas pessoas ignorantes como um bruxo perigoso. Havia penetrado certos Mistérios da Natureza e do mundo espiritual; acertou em dar com alguns fenômenos raros, que hoje chamamos magnetismo e telepatia.



Em certos experimentos psíquicos conseguiu êxitos surpreendentes; ele, quiçá, foi o primeiro que nos falou da transmissão do pensamento a distância. A ele se devem os primeiros ensaios da criptografia ou escrita secreta. Era também um grande conhecedor da cabala, por meio da qual havia dado profundas interpretações das passagens proféticas e místicas da Biblia. Por isso colocava as Santas Escrituras por cima de todos os estudos; seus alunos deviam dedicar-lhes toda a sua atenção e todo o seu amor.



Nisso, Paracelso sentiu-se influenciado por todo o resto de sua vida, já que o estudo da Bíblia foi posteriormente uma das tarefas que lhe ocuparam mais intensamente.



Em seus escritos achamos o testemunho de seu conhecimento perfeito da linguagem e do profundo significado esotérico do grande livro.



Estudou as ciências ocultas com o Abade Tritemo, chegando a conhecer as forças do mundo visível e invisível.



Johann Faust, famoso mago. O mestre Samael nos diz:



O enigmático e poderoso Doutor Fausto, venerabilíssimo mestre, ínclito tahar, vivia agradável e confortavelmente como pessoa muito acomodada. Concedia aos animais um papel oculto e gostava de se rodear deles, porque os associava a seus prodígios.



Por aqueles tempos - 1586 - de rança nobreza, de variados títulos notabilíssimos e sangue azul, Fausto, na corte de Praga, realizava extraordinários prodígios.



O Doutor Fausto, no dizer da crônica de Erfurt, deixou certamente uma viva recordação. Ainda existe a famosa casa “A Âncora”, assim como uma ruela que leva o nome do mencionado sábio.



*Com respeito a Heinrich Cornelius AGRIPPA, o mestre Samael nos diz:


Não chegou jamais além da primeira parte da “Grande Obra” e morreu penosamente, lutando na desintegração de seus “eus” com o propósito de possuir a si mesmo e fixar sua independência.




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MAIS INFORMAÇÕES SOBRE TRITEMO 

Johannes Von Heidelberg estudou em Trèves e depois em Heidelberg, fundando entre os 18 e 19 anos, uma associação denominada Sociedade Literária Renana, de caráter humanista. 

A base deste grupo era formada por três amigos: Jean de Dalberg, pessoa considerada no mundo universitário e político da época, que passou a usar o nome de Jean Camerarius, Rodolphe Huesmann, conhecido por Agricola e Jean de Heidelberg, que a partir dessa época passou a intitular-se Trithemius, a mais simples explicação da derivação deste nome seria o nome da sua aldeia natal, Tritthenheim. 

A Sociedade Literária Renana se preocupava muito com a filosofia Pitagórica e a mística dos números, talvez possa-se atribuir a Trithemius um sentido mais cabalístico ligado ao número três: três amigos, dos quais ele era o terceiro, que procuravam fazer a síntese das três culturas: cristã, grega e hebraica.
Posteriormente, a Sociedade Renana passou a designar-se por: Confraria Céltica, e que parece reforçar o seu aspecto esotérico. 

Nessa altura contava entre seus membros, grandes professores, como: Jacques Wimpfeling, um dos grandes eruditos da Renascença, tendo dedicado praticamente toda a sua vida ao estudo dos textos gregos, tinha como pseudônimo o nome "Olearius", outro foi Conrad Meissel, um hermetista de grande valor, tinha o pseudônimo de "Celtes Protucius (o primeiro dos Celtas) e sobretudo, Paul Ricci, um judeu convertido que difundiu entre seus amigos os ensinamentos da Cabala.
Porém, no início de 1482, Trithemius opta, graças ao "acaso", por outra via que o levará ao segundo período de sua existência e o transformará no célebre padre do mosteiro de Spanheim. 

O jovem, sente um desejo repentino de visitar a mãe e o irmão em Tritthenheim, Jean de Dalberg encoraja-o a empreender a viagem, mas prediz-lhe que ele encontrará durante ela a chave de uma nova vida.
Em 25 de janeiro de 1482, Trithemius pára, para descansar no caminho, no mosteiro beneditino de Saint Martin, em Spanheim, recupera as forças e parte de novo, mas o inverno, e a neve caindo abundantemente, obrigaram-no a voltar ao mosteiro; não imaginava que ficaria lá durante 23 anos. 

No dia 2 de fevereiro de 1482, ao completar 20 anos, inspirado pela graça divina, Trithemius conhece a iluminação, a sua fé imensa conseguiu convencer os que o rodeavam. 

A 21 de março era noviço, a 21 de novembro, professa, no ano seguinte, a 21 de julho de 1483, o monge Trithemius é eleito abade do mosteiro, sendo confirmado pelo bispo; supõe-se que seu êxito e também a aprovação do bispo não são devidas somente às qualidades do jovem profeta mas também pelo possível apoio de Jean de Dalberg, assim aos 21 anos encontra-se à frente de uma casa de Deus, tendo então descoberto o seu caminho. 

No mosteiro, Trithemius não só revelou-se como um grande crente, mas também como um condutor de homens, logo que assume o posto de chefia, empreende uma limpeza da qual a casa necessitava, mandou consertar os prédios avariados, reconstrói, traça planos; o mosteiro recebe um sopro de vida, graças a ele.
Realiza também uma obra no campo espiritual, luta contra a inércia, contra a atonia mental provocada pela ausência de diretivas. 

A ordem dos Beneditinos fora reformada em 1425 por Jean de Minden, abade de Burafele, mas em Spanheim continuava à moda antiga. Daí em diante, pela direção enérgica e esforçada, Trithemius é reconhecido e encorajado pelos seus superiores, obtém doações que lhe permitem novos empreendimentos, que ajudam a resolver problemas pendentes, pagou dívidas, recuperou bens que estavam perdidos ou empenhados; enfim pôs os assuntos temporais em ordem. 

Ao mesmo tempo, com o objetivo de conseguir fontes de receita e mais ainda, para tirar os monges da ociosidade e orientar seus pensamentos para a pesquisa e reflexão, decidiu aumentar a biblioteca do mosteiro que era bastante pobre: 48 manuscritos e alguns livros impressos, estes últimos não tinham interesse. 

Por julgar que as produções em papel simples não poderiam durar "mais de duzentos anos", ele obrigou os monges a recopiarem admiráveis manuscritos para pergaminho, utilizando tintas policromas, foram feitas obras-primas; a biblioteca passa a conter 2000 manuscritos, desloca-se pessoas de todos os países germânicos para a consultar, Spanheim torna-se numa cidade do livro. 

O próprio Trithemius se dedica à escrita: Dois Livros de Sermões e Exortações em 1486, um Elogio dos Irmãos da Ordem dos Carmos em 1492, uma obra sobre os Escritores Eclesiásticos em 1494, outras ainda sobre teologia, sobre Santa Ana, sobre os milagres da Virgem e outras que serão logo citadas. 

Trithemius investigou manuscritos herméticos, adquiriu experiência em magia, cabala, alquimia, estudou o significado oculto das palavras; muitos dos seus trabalhos são em linguagem simbólica, entendida unicamente pelos iniciados, foi o primeiro autor importante sobre criptografia. 

Spanheim ficou famosa, o abade tinha contato direto ou por escrito com numerosos sábios ou teólogos da época; foi mestre de Agrippa, amigo de Paracelso, posteriormente outros inspiraram-se em suas obras.
Em 1498, Arnould Bostius, frade da Ordem do Carmo, queria saber dos seus projetos, e em que estudos se ocupava e curiosamente Trithemius resolveu responder por escrito, em carta extremamente pormenorizada, em 1499, e que por acidente iria tornar-se pública, quando chegou ao seu superior, o prior do mosteiro de Grand, que não acreditou no que lia. 

Esta carta, Trithemius a transcreveu na sua Poligrafia, ele mesmo conta o que se passa em seguida: outros monges leram a carta, alguns recopiaram-na, ao fim de pouco tempo ela era tornada pública não só na Alemanha como na França e Itália. Algumas pessoas pensaram tratar-se de mentiras, outros de fantasia destinada a obter um êxito fácil, alguns consideraram a carta, obra do diabo. 

Trithemius sentiu-se profundamente atingido, o caso assumia proporções inquietantes que colocavam em risco a sua carreira. Até os monges de Spanheim começavam a murmurar contra ele, apesar de tudo a eleição de Trithemius para abade aos 21 anos não devia ter agradado a toda gente, haveria quem se sentisse frustrado nas suas ambições e agora havia oportunidade para vingança. 

A carta de Trithemius explicava em que consistia a obra em que trabalhava, cujo título era: "Stenografia", se tratava de uma invenção importante. Dizia ela: "Tenho em mãos e possuo uma grande obra, admirável, a qual, uma vez terminada, conhecida e publicada (o que espero venha a suceder), será considerada por todos, mais do que admirável e uma autêntica maravilha. Intitulei-a: "Stenografia"... e dividi-a em 4 livros, o mais pequeno deles terá mais de 100 capítulos". 

"Posso garantir-vos que esta obra, onde falo de grande número de segredos e mistérios pouco conhecidos, a todos parecerá, mesmo aos ignorantes, conter coisas sobre-humanas, espantosas e incríveis, uma vez que ninguém escreveu ou falou sobre elas antes de mim". 

"O primeiro livro mostra mais de 100 maneiras de escrever secretamente e sem provocar qualquer suspeita aquilo que se desejar, em qualquer língua, sem que se consiga adivinhar o conteúdo, e isto sem o recurso a metáteses ou a transposições de letras e também sem qualquer receio ou dúvida de que o segredo possa ser conhecido por alguém estranho aquele a quem cabalisticamente eu tenha ensinado esta ciência ou a alguém a quem o meu binário o tenha, também cabalisticamente, transmitido; uma vez que todas as palavras e termos empregados são simples e familiares, mesmo assim, ninguém, por mais experimentado que seja, poderá descobrir por si só o sagrado, o que a todos parecerá uma coisa admirável e que os ignorantes considerarão uma impossibilidade". 

"No segundo livro tratarei de coisas ainda mais maravilhosas relacionadas com certos meios, graças aos quais consigo, de uma forma segura, impor a minha vontade a quem captar o sentido da minha ciência, e isto sem que me possam acusar de ter usado quais quer sinais, figuras ou caracteres, e se me servir de um mensageiro escolhido ao acaso, não há súplica ou ameaça, promessa ou violência, que possa obrigá-lo a revelar o meu segredo, pois ele o desconhecê-le-á, eis porque ninguém por mais hábil que seja, conseguirá descobrir esse segredo. 

E realizo facilmente todas essas coisas, quando me aprouver, sem a ajuda de ninguém, nem de mensageiros, mesmo com um prisioneiro encarcerado num lugar remoto, vigiado por guardas atentos. Sou capaz de provar o que afirmo, não me sirvo de espíritos nem de magia, apenas de um processo simples e natural". 

"O terceiro livro permite a todos os homens ignorantes que apenas conhecem a sua língua materna, entender em duas horas a língua latina e escrever de forma elegante, de tal maneira que os que o lerem compreenderão o seu discurso e só poderão dirigir-lhe louvores". 

"No quarto livro posso provar que a minha ciência é compreensível a todos os que eu ensinar e servir-me dela em qualquer momento do dia, por muito longe de mim que esteja o meu cabalístico (aquele que no seu segredo, recebe a mensagem)". 

"Falo ainda de um grande número de segredos que não posso revelar agora. Ora eu não duvido que muitas pessoas que leram mas não compreenderam o que escrevi, consideram estas coisas admiráveis mas impossíveis, tal como sucedeu com certos sábios diante dos quais fiz algumas experiências fáceis e que não se deixaram convencer por elas". 

"Para resumir, afirmo em consciência e perante Deus, que tudo sabe e vê, que as coisas admiráveis que menciono e descrevo são incomparavelmente mais importantes e profundas do que posso dizer e do que vós sois capazes de compreender". 

"Todas estas coisas são naturais, isentas de artimanhas, de idéias supersticiosas, de artes mágicas, isto é, de invocação de espíritos, afirmo-o nesta carta a fim de que se a mostrares ou a deres a ler aos vossos amigos, nenhum deles pense que eu sou mago, como sucedeu com Alberto o Grande, que, apesar de grande filósofo e profundo investigador dos segredos da Natureza, foi no entanto considerado mago porque os seus conhecimentos, adquiridos graças a um trabalho assíduo, a grandes estudos e aplicação, ultrapassavam a inteligência dos seus contemporâneos". 

Trithemius, em sua carta, tem consciência de que as suas descobertas serão atribuídas à magia.
Outra infelicidade espreitava Trithemius, ao que parece, ele nunca renunciou de provar a sua boa-fé, nessa época, em 1504, um visitante francês: Charles de Bouelles, um viajante erudito, como havia muitos no século XVI, parou no mosteiro para ver Trithemius, com quem a muito se correspondia.

Trithemius escreve: "Charles de Bouelles veio pedir-me o favor de o receber como hóspede antes de seu regresso à França, na ocasião, mostrei-lhe minha obra sobre a "Stenografia", que ainda não estava terminada, e ele admirou-a, louvou-a até, embora não tivesse compreendido o seu significado, pois não possuía nem a inteligência nem a chave e não era merecedor de ouvir nem de receber o nosso ensinamento" l.: Poligrafia: Epístola a Maximiliano. 

Trithemius não se enganara no juízo que fizera, tinha talvez um pressentimento que infelizmente concretizou-se, Charles de Bouelles não compreendeu sua obra, pouco depois escreveu a Germain de Ganay, bispo de Cahors e depois de Orléans, nos seguintes termos: "Folheei a obra de Trithemius, considero-o não só um mágico como também um ignorante completo em matéria de filosofia.

Na sequência da sua carta, ele afirma claramente que Trithemius tinha um acordo feito e contraído com os maus espíritos. 

Depois do prior de And, esta segunda peritagem, baseada em apenas fragmentos, de Charles de Bouelles, que classificava a obra de estranha e inexplicável, com misturas de diabolismo, desta vez, Trithemius estava perdido, a partir daí, até o fim de sua vida protesta e jura inocência sem que obtenha crédito, a "Stenografia" nunca será publicada na íntegra.

Escrevia Trithemius: "Afirmo peremptoriamente, que digo a verdade e que nunca tive ligações com os demônios e outras entidades malfazejas, uma vez que nunca pratiquei as artes mágicas, nem a dos necromantes, antes pelo contrário, aquilo que escrevi ou que me propus escrever era puro, são, natural e sem contradição com a fé do Cristo, que a "Stenografia" espere a sua hora mergulhada nas trevas, embora nada tenha a ver com as alegações mentirosas de De Bouelles, que costuma fazer juízos acerca de coisas que não conhece e sujar o nome de homens justos e bons.

Além de tudo, a revolta dos monges no mosteiro assumira aspectos dramáticos, e em 1505 Trithemius demitiu-se de suas funções, mas graças às altas proteções de que gozava, foi eleito no ano seguinte, a 3 de outubro de 1506, prior do mosteiro de Saint-Jacques de Wurzburg. O lugar era invejável, mas Trithemius perdera sua bela biblioteca e a casa onde trabalhava durante tantos anos com amor e dedicação. Isso causou-lhe um profundo desgosto em seus últimos anos, podemos dizer que esse terceiro período da sua vida foi quase que inteiramente dedicado a apagar o efeito produzido pela sua famosa carta à Bostius.

Nos seus inúmeros protestos há um tom de sinceridade que impressiona, nem em intenções esse homem seria capaz de trair a sua fé pelo prazer de escrever um livro, que ele fosse adversário das ciências secretas, como afirmava, é menos certo; datam da época em que Trithemius sentiu necessidade de proclamar a sua perfeita ortodoxia. Ele levou as suas pesquisas para além da simples e clássica teologia.
Em uma carta de 15 de maio de 1503, escreveu "Nada fiz de muito extraordinário e, no entanto, espalhou-se o boato de que eu sou mágico. Li a maior parte dos livros dos magos, não para os imitar, mas com o objetivo de, um dia, refutar as suas superstições maldosas". 

Ele era contra os astrólogos e alquimistas da época, porque ele acreditava numa astrologia cabalística a qual considerava legítima, tanto que escreveu o "Tratado das Sete Causas Segundas", que era a construção de um sistema da história do mundo por ciclos. 

Este tratado foi traduzido em francês, 1897 com o nome: "Traité das Causas Secondes". Também chegou a profetizar, anunciando acontecimentos que ocorreriam na época que ele designa por "décimo nono período", pouco depois de sua morte, originando o estabelecimento de uma nova religião(o protestantismo de Lutero).

Ele pretendia substituir a magia negra, a goécia, por uma magia natural, com base na verdadeira Cabala, numa alquimia espiritual, numa ciência simultaneamente secreta e cristã, tudo orientado para o conhecimento do Absoluto. Ele deixou um texto alquímico intitulado: "A Pedra Filosofal", em uma carta de 25 de novembro de 1506, faz um elogio à alta magia, a magia divina. Conhecia vários aspectos da Cabala, não daquela que foi posteriormente adulterada e desviada do seu objetivo, mas da ciência autêntica dos rabinos empenhados em descobrir os segredos de Deus e da Criação.

Algumas de suas obras:

"Antipalus Maleficorum", 1508, obra contra a magia negra, publicada como: o Adversário dos Malefícios, em ingoltadt, em 1555.
"Tratados Históricos e Teológicos" - Poligrafia, entre 1505 a 1508 e publicada dois anos após sua morte, em 1518.
"Liber Olto Questionum" -1508
"Steganografia nen con Claviculae Salomonis", publicado em Lyon, em 1551 e Frankfurt em 1606.
"Curiosidades Reais", em 1511, eram respostas às perguntas do Imperador sobre assuntos religiosos.
Vários anos depois de sua morte surge uma obra intitulada "Stenografia", Frankfurt, 1608, que provavelmente não é original.
O manuscrito original, diz-se que foi queimado pelo conde palatino Frederico II, filho de eleitor Philippe, que o encontrou na biblioteca do pai e julgou prudente destruí-lo, receando pela salvação da sua alma...
Inúmeras cópias da "Stenografia" circularam após a morte de Trithemius, todas diferentes entre si, a maldição continuava a persegui-la, a versão impressa em três livros, em 1606, e que nada contém de diabólico, foi posta no Index pela Congregação do Santo Ofício, essa condenação absolutamente incompreensível manteve-se até à edição de 1930.
Nunca saberemos em que consistia esse meio de enviar uma mensagem "a mais de cem léguas de distância" e "para o lugar mais profundo que se possa imaginar", Trithemius não nos deixou indicações suficientes para a interpretação de sua obra, ele utilizou, como em outros textos, um pouco de astrologia, um pouco de alquimia, um pouco de Cabala, enfim, ciências orientadas para o Bem e que ele considerava incluírem-se perfeitamente na doutrina Cristã. Também não há dúvidas de que Trithemius estudou a criptografia para servir-se dela, para enviar ele próprio uma mensagem.
Seus trabalhos mágicos tratavam de ocultar os mistérios, a sua obra: "Verterum sophorum sigiela et imagines magiose", é uma história da magia toda em pantáculos, quanto a sua doutrina, ele a exprimiu por um pantáculo, segundo o uso dos verdadeiros Adeptos, este pantáculo, raro acha-se apenas em alguns exemplares manuscritos do tratado das Causas Segundas.
Segundo Eliphas Levi, Trithemius foi o maior mago dogmático, da Idade Média, na sua "Stenografia" e em sua "Poligrafia", ele dá a chave de todas as escrituras ocultas e explica em termos velados, a ciência real dos encantamentos e das evocações; em magia foi o mestre dos mestres e também o mais sábio dos Adeptos.
Trithemius passou os últimos dez anos de sua vida em Wurzburg, até a sua pedra tumular, cuja inscrição se deve ao vigário-geral George Flachius, foi realizada cinqüenta anos após sua morte, ela diz o seguinte: "O abade Trithemius, glória da terra germânica, que aqui jaz, mereceu este monumento. Os admiráveis escritos saídos da sua pena mostram como foi admirado pelas suas obras e pela sua virtude, como também o prova a consideração que sempre lhe testemunhou o imperador Maximiliano. Em vez de mágico, é autor de uma obra contra a magia ( uma obra pouco conhecida: "O adversário dos Malefícios", publicada em 1555, muito tempo depois de sua morte). A sua fama não morre e ele vive na bem-aventurança espiritual do reino dos Céus".