quarta-feira, 31 de agosto de 2016

PRANAYAMA, POR JORGE ADOUM

 Se prana é vida e ayama significa extensão, por lógica concluímos que pranayama seria “extensão da vida”, numa tradução mais livre.

De qualquer forma, pranayama é o controle consciente da respiração.

O pranayama e seu controle são tão importantes que são considerados como um instrumento para rejuvenescer ou ainda imortalizar o corpo. Entretanto, seu propósito maior é o controle e a gestão da mente.

O controle do ar, do alento, é levado tão a sério, que se o praticante que tenta realizar seus experimentos sem controlar a respiração é considerado como uma pessoa que tenta cruzar o oceano num barco de barro cru. Está fadada a afundar-se.



O controle da respiração se faz através de inalações específicas e retenções adequadas, de onde se conduz o ar (prana, alento) para as diversas vias de nosso veículo físico preenchendo-as com vida, com moléculas de amor imanente. O ventre, as costelas, os pulmões, os ombros são apenas as regiões mais simples em que se pode enviar oxigênio e nutri-las com o sopro da vida. Uma dor, uma distensão, pode ser atendida em caráter de emergência simplesmente conduzindo o prana até aquela região.

Para se ter um corpo são, é necessário praticar as indicações seguintes que podem ajudar muito:

Ao despertar-se, praticar alguns exercícios respiratórios, pelo menos sete vezes, e que consistem em fazer 7 inspirações rítmicas com a maior pureza de pensamento. Qualquer exercício é bom, porém, indicamos o mais simples e menos prejudicial.

Aspirar lentamente pelo nariz contando mentalmente até oito palpitações do próprio coração, ou oito segundos.

Reter o alento, durante quatro segundos nos pulmões.

Exalar o ar durante oito segundos até esvaziar totalmente os pulmões.

Reter os pulmões vazios durante quatro segundos.

Se se pode praticar este exercício mais de sete vezes, é melhor.

Depois dos exercícios respiratórios é muito recomendável praticar outros exercícios de ginástica sueca, durante quatro a cinco minutos, para conservar a flexibilidade da coluna vertebral.

Pranayama, ou exercício respiratório
Embora Pranayama tenha vários significados, o mais aceito é vida porque, segundo os yoguis, Prana é a substância vital. Respirar é viver, disse um sábio Hindu e, na Bíblia, temos o passo que diz: “E Deus lhe soprou nas narinas o alento da vida”.

Todo homem aspira átomos correspondentes ou afins a seus pensamentos e caráter. Ao pensar, respiramos átomos da mesma natureza que nossos pensamentos, e nosso sangue, por sua vez, deles se impregna.

Para atrair saúde, bem-estar, sabedoria, santidade etc., devemos pensar em cada um para poder aspirá-los.



Primeiro Exercício
É o equilibrador ou harmônico e consiste no seguinte:

1. Em pé, fitando leste, corpo erguido, aspirar lentamente pela fossa nasal direita, tapando com o dedo a narina esquerda, até encher os pulmões durante o tempo de oito pulsações ou oito palpitações do próprio coração. Durante a aspiração cumpre visualizar o objetivo desejado.
Com essa respiração, ou melhor, aspiração, absorvemos os átomos necessários à realização do nosso desejo.

Quando penetram em nosso sangue fazem vibrar os plexos; a ideia adquire caráter positivo e tende a estimular nosso ser para realizar o objetivo. Com as oito pulsações e aspirando, devem os pulmões chegar ao máximo de sua capacidade expansiva, sempre visualizando a ideia com toda a clareza.
2. Terminada essa fase, reter o fôlego nos pulmões durante quatro pulsações, retenção que facilita a assimilação sempre visualizando.
3. Terminada a retenção, passa-se à exalação que deve ser efetuada pela venta esquerda, durante oito pulsações, fechando a narina direita, sem visualização.
4. A quarta fase é o período de repouso e consiste em reter os pulmões vazios durante quatro pulsações, gozando do proveito obtido, também sem visualizar nada.

Esse exercício é chamado positivo, porque, pela venta direita se absorve a energia vital positiva e serve para desenvolver a mente consciente; terminando-o, devemos estimular o sub-consciente do seguinte modo:

Recomeçar, mas agora pela narina esquerda, para aspirar a força passiva que alimenta o subconsciente.

1. Proceder como da primeira vez, mas de modo inverso: tapa-se a direita com o dedo, aspira-se lentamente durante oito pulsações sem nada visualizar.
2. Reter o ar durante quatro pulsações.
3. Exalar pela direita tapando a esquerda durante oito pulsações.
4. Reter os pulmões vazios durante quatro pulsações.

A Yoga Raja recomenda outro exercício algo perigoso para certas pessoas. Não o aconselhamos a todos e consiste em:

1. Aspirar pela esquerda durante oito pulsações.
2. Reter o fôlego durante trinta e dois.
3. Exalar pela direita durante dezesseis.

Cremos que para praticar esse exercício é mister haver um guia que contra-regre a saúde corporal e mental do praticante, ao passo que a prática do anterior é não só inofensiva como encerra tudo o de que precisa o aspirante.




Segundo Exercício
O segundo exercício deve ser praticado depois do antecedente e consiste no seguinte:

1. Em pé, para o Oriente, aspirar por ambas as narinas, durante oito pulsações. Enquanto durar a pulsação deve visualizar-se o que se deseja, como vindo a nós e sendo nosso. Desse modo absorvem-se os átomos desejados para realizar o objetivo.
2. Reter quatro pulsações visualizando que as vibrações atômicas do que se desejou invadam nosso organismo.
3. Exalar durante oito pulsações e, durante esse tempo visualizar nitidamente, como quem dirige, por meio do pensamento, todas as vibrações para a cristalização da idéia, como se as vibrações que saem por meio do fôlego fosse diretamente ao objetivo: a um centro que se quer despertar no organismo, a um órgão que se quer curar ou a um enfermo, vizinho ou distante, que se deseja restabelecer, ou a qualquer outro fim pretendido.
4. Reter durante quatro pulsações e repetir mentalmente uma frase que harmonize com o ritmo das quatro pulsações do coração; por exemplo: Já – está – feito ou as – sim – se – ja ou a – men – a – men etc.
5. Após esse exercício medite-se um momento para dar graças e dizer, por exemplo, com Jesus: “Eu e o Pai somo Um e Ele me dá sempre o que peço” etc.

Os dois exercícios devem-se fazer juntos.




Pode o leitor ler mil livros que tratam da ciência respiratória e pode praticar uma infinidade de exercícios desses livros. É livre; mas damos-lhe aqui o mais relevante, o mais necessário e, ao mesmo tempo, isento de todo perigo.

Muitos perguntam: “Quantas vezes temos de praticar esses exercícios? Quando? Onde? Etc.

Não podemos fixar nenhuma regra. Depende isso da urgência, da necessidade. Jesus disse: “E obtereis, se não por vossos merecimentos, por vossa exigência”. Todavia, podemos insinuar o seguinte:

1. Cada exercício pode ser praticado sete vezes seguidas em cada sessão.
2. Três sessões diárias antes de cada refeição, isto é, antes do desjejum (café da manhã), antes do almoço e antes do jantar. Sendo possível seria recomendável antes de dormir.
3. O lugar deve ser silencioso, limpo e puro.
4. O estado deve ser de perfeita saúde, sem nenhuma preocupação mental. Isto é muito importante porque, se, em nossa mente, houver vexame ou preocupação durante os exercícios, absorvemos átomos que aumentam o estado mental depois do exercício.

Pensar alto e aspirar profundamente é atrair para o corpo as mais evolucionadas inteligências.

O átomo é uma inteligência viva que rodeia o pensamento esperando a aspiração e a respiração para nele penetrar.

O homem que aspira e concentra, abre um caminho direto a seu objetivo.

Aspirar, concentrar e respirar átomos de luz conduz-no à iluminação.

Pensar e aspirar beleza é adquirir a Beleza.

O objetivo de pensar e aspirar, em nossa atual idade é libertar nossos sentidos da escravidão de nossos átomos inferiores para lograr o futuro desenvolvimento.

Cada centro, no corpo do homem, é um grau de conhecimento especial e todos forma uma universidade; devemos cursá-los todos.

Cada grau é dirigido por um Deus mestre. Todos seus ensinos são internos. O homem só consegue entrar nesses cursos pela aspiração e aprendê-los pela concentração.

Toda seção no corpo tem uma vibração e uma lei individual; porém a Lei das leis emana do Absoluto Íntimo.

Aspirar e respirar meditando é o único caminho conduzente à única Lei do Reino Interno.

O objetivo de nossa união com o Íntimo é dar-lhe liberdade de ação mais além de nosso corpo objetivo e ser consciente de suas obras.

A concentração é a ponte estendida do nosso corpo ao Íntimo Infinito e cuja serventia é com Ele comunicar-nos.

Respirar é viver; meditar é criar.

O corpo físico é como um país governado por várias hierarquias de governo. Seu rei é o Pensador, seus governantes são os pensamentos e seus obreiros obedientes são os átomos.

O Pensador é o Rei que vitaliza e estimula todas as dependências governativas e obreiras.

Um pensamento são, uma aspiração pura e uma respiração completa e perfeita vitalizam todo o corpo.

Todas as células do homem pensam e toda célula pensante alimenta-se dos átomos que penetram pela respiração.

O alimento melhor das células é o pensamento puro.

Pensamento puro e respiração solar absorvida pela venta direita do nariz queimam todos os resíduos impuros que possui o homem desde séculos.

A contínua aspiração, respiração e meditação pura comunica o homem com as mais elevadas vibrações do Absoluto Íntimo e então ele adquire um poder mental ingente para dirigir a Humanidade.